sexta-feira, 4 de março de 2011

ESTRELINHA DE CAMPEÃO

“Não há campeões sem sorte”, é uma velha máxima que, sobretudo no futebol, tem feito história e servido de bandeira a quem, embora por mais forte que seja, por vezes a sua força não é suficiente para vencer, sendo, contudo, bafejado pelo sorriso da fortuna para levar de vencida o seu adversário.
Em São Pedro do Corval, o líder destacado do Campeonato Distrital da 1ª Divisão, o Clube de Futebol de Estremoz, viu a fortuna sorrir-lhe, sobretudo, depois de uma primeira parte onde viu a formação da Casa de Cultura a fazer quase tudo para, pelo menos, não chegar ao intervalo a perder por 0-1. Mas faltou o quase. Aliás, o quase que tem faltado em quase todos os jogos. O quase que ... é tudo: meter a bola na baliza dos adversários
Com efeito, a formação de Balé realizou nos primeiros 37 minutos de jogo uma exibição muito agradável, pressionante no meio campo adversário, mais rápida sobre a bola e mais perigosa junto da baliza contrária. Voltou a criar e a desperdiçar algumas boas oportunidades para se adiantar no marcador, mas, como diz outro velho chavão do fenómeno futebol, “quem não marca arrisca-se a sofrer”, a Casa de Cultura viria a sofrer o primeiro golo ao minuto 37 da partida, depois de uma lance infeliz do guarda-redes André Amador que, num lance perfeitamente controlado, pelo menos assim parecia, deixou a bola escapar para a frente, onde o avançado estremocense Ruben aproveitou para abrir a contagem. A partir daqui tudo se alterou. O Estremoz cresceu e o Corval sentiu o golo e, pareceu também, o peso do destino. Até ao intervalo não mais foi igual a si mesmo e, pior que isso, transportou toda essa carga negativa para o segundo tempo.
É verdade que o jogo foi mais dividido, mas o líder apareceu mais perigoso e poderia mesmo ter ampliado a vantagem através de duas boas ocasiões para marcar. Os pupilos de José Carlos Mourão exploravam bem as fragilidades e a intranquilidade da equipa da casa para ter mais bola e descer sempre com algum perigo à baliza de André. Mas, a verdade é que nem foi preciso lá chegar para voltar a marcar. Soares, jogador que havia entrado no decorrer da partida, recebeu uma bola a meio do meio campo do Corval, descaído na direita, e tentou servir os seus colegas na área adversária, mas, com uma trajetória caprichosa, a bola acabou por entrar diretamente na Baliza corvalense. É caso para dizer: não há nada que não aconteça à equipa de Balé!
Com este golo o jogo ficou resolvido.
Até ao final do jogo o Estremoz limitou-se a deixar correr o tempo e a aproveitar o desequilíbrio emocional dos da casa para garantir um triunfo que acabaria por justificar, sobretudo, pelo que fez durante a segunda parte.
A estrelinha brilhou e o líder fez o resto.
O Corval continua o seu calvário dos golos, jogos e pontos perdidos e, por outro lado, dos golos, quase surrealistas, sofridos.
O Árbitro Nuno Cróino não agradou a ninguém.

Joaquim Oliveira
(RC Alentejo)

No Corval, Paulo Bento voltou a estar um pouco acima da prestação dos seus companheiros, sobretudo, pelo que fez no melhor período da sua equipa: os primeiros 37 minutos de jogo.

Na formação de Estremoz, a equipa valeu pelo seu todo, sendo que Ruben, pelo golo que marcou numa fase complicada para a sua equipa, merece maior destaque por ter estado no momento que virou o jogo.

As equipas alinharam:
Corval: André; David Rodrigues, Mário Amélio, António Caeiro e Mendonça; Fernando, Canilhas, Balé e Paulo Bento; Bibiu e Ricardo Vitorino
Jogaram ainda: Nuno Bernardino, Pedro Cartaxo e Élio Santos
Treinador: Balé

Estremoz: Xuma; Zé Pataco, Ferro, Vasco e Margalho; David, Fábio, Nuno Abegão e Ramalho; Tracano e Ruben
Jogaram ainda: Batista, Janota e Soares
Treinador: José Carlos Mourão