segunda-feira, 21 de março de 2011

C.C. CORVAL (1) VALENÇAS (0)

A PRIMAVERA CHEGOU MAIS CEDO A S. PEDRO DO CORVAL

Calor na disputa do jogo, brilho na exibição e um raio fulminante que saio da cabeça de António Caeiro iluminou, talvez, a mais consistente exibição da formação da Casa de Cultura de Corval, numa tarde primaveril, diante de um adversário valoroso e que, também embora desfalcado, mostrou possuir, de facto, uma boa equipa e justificou o porquê de se encontrar na terceira posição da tabela classificativa.
Aliás, a qualidade do adversário acabou por valorizar ainda mais a vitória do Corval, num jogo onde foi superior, criou maior número de oportunidades e, sobretudo na segunda parte, nunca permitiu que os visitantes se acercassem com perigo junto da baliza de Bruno.
Se é verdade que a vitória assenta, com justiça, que nem uma luva à equipa da casa, não deixa de ser verdade que a mesma se deve também à grande prestação daquele que, para mim, se cotou como o elo ainda mais forte da Casa de Cultura: o guarda-redes Bruno.
Mas, pode uma equipa ser considerada uma justa vencedora, pela margem mínima, quando o seu guarda-redes é considerado o melhor em campo? Pode!
Porque o Corval foi consistente durante todo o jogo, foi melhor, criou mais oportunidades e marcou um golo, mas também cometeu dois ou três erros, naturalmente, erros esses que foram superiormente ultrapassados pela exibição imaculada de Bruno. É caso para dizer que não esteve muito em jogo, mas quando foi chamado a intervir fê-lo com qualidade e concentração, o que nem sempre é fácil para um guarda-redes. Por tudo isto, embora toda a equipa mereça destaque (e falarei disso mais à frente), a verdade é que Bruno, em momentos-chave do jogo, esteve à altura e manteve inviolável a sua baliza.
O Valenças até poderia ter sido a primeira equipa a marcar, com Cláudio a aparecer isolado na cara de Bruno, mas a fazer um chapéu com as medidas erradas fazendo a bola passar sobre a baliza do Corval.
A partir daqui o jogo pertenceu à equipa da casa que dispôs de duas ou três boas oportunidades para marcar, mas que acabaria por desperdiçar. E seria num lance de bola parada, aos 18 minutos, na transformação de um pontapé de canto batido por Bale ao segundo poste, que chegaria ao golo depois de uma entrada de rompante do central António Caeiro, que com uma cabeçada violenta fuzilou Marona.
Respondeu bem a equipa do Valenças e, não fosse a já citada soberba exibição de Bruno, poderia mesmo ter chegado também ao golo em duas ocasiões.
De resto, e até final da primeira parte, o jogo ficou equilibrado, mas sempre com sinal mais por parte dos pupilos de Bale. E o jogo praticamente acabou ao intervalo.
É que na segunda parte, com apenas 13 jogadores disponíveis para o jogo e somente 11 para jogar (?), a equipa do Valenças não teve pedalada para o Corval na segunda parte e nunca colocou em perigo a baliza de Bruno e o golo de vantagem obtido nos primeiros 45 minutos.
O segundo tempo pertenceu totalmente à equipa da casa que, para não destoar do habitual, voltou a desperdiçar mais duas boas ocasiões para matar o jogo. Valeu a tarde inspirada da equipa, no seu todo, e, em algumas ocasiões, do seu guarda-redes.
Vitória justa da melhor equipa em campo e que valeu, sobretudo, pela excelente actuação de um conjunto que se apresentou homogéneo, com linhas bem juntas e sincronizadas, levando o bloco a fazer as transições defesa-ataque, e vice-versa, nunca perdendo o equilíbrio em qualquer acção do jogo.
Quando a equipa se apresenta a este nível, todo os jogadores saem beneficiados. Quando as equipas dependem deste ou daquele jogador, mais tarde ou mais cedo vão pagar por isso.
Sem elementos importantes, como Paulo Bento, Roberto, Zé Belo ou Amélio, todos eles de valor indiscutível e sempre apontados ao “onze” inicial, o Corval Mostrou que uma equipa vale mais que um bom conjunto de jogadores.
Uma palavra também para a equipa de Nélio Pinetra, que também se apresentou bastante desfalcada em S. Pedro do Corval: dentro de todas as condicionantes realizou o jogo possível e demonstrou possuir uma boa equipa e ter legitimas aspirações a lutar pelo segundo lugar, uma vez que o primeiro está entregue à melhor equipa deste Campeonato, o C.F. Estremoz.
Quanto ao árbitro da partida, Bruno Rebocho exibiu-se em muito bom nível, num jogo que não lhe causou grandes problemas, mas onde também teve o mérito de não os arranjar. Arrogância? Prepotência? Vaidade? Para quê? Bruno Rebocho voltou a mostrar que ser árbitro, e bom árbitro, não é nada disso. Que as leis se cumpram, que os jogadores joguem e que os árbitros entendam que se quiserem ser artistas, protagonistas e figurões, devem procurar outras actividades que não a arbitragem.
Muito bem Bruno Rebocho e os seus auxiliares (Gonçalo Mendes e Bruno Almeida).

As equipas alinharam da seguinte forma:
Corval: Bruno, David Rodrigues, Lameira, António e Rui Santinha; Fernando, Bale, Canilhas e Mendonça, Vitorino e Bibiu
Treinador: balé
Jogaram ainda Álvaro, Pedro Cartaxo e Sérgio Fialho

Valenças: Marona, Dani, Patalim, Rafael e Paulo Bixo; Ivan, Palmeiro, Marco e Vagarinho; Azinhaga e Cláudio
Treinador: Nélio Pinetra

Joaquim Oliveira – RC Alentejo

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