domingo, 17 de outubro de 2010

O MESMO FADO, MAS COM SINA DIFERENTE

Várias oportunidades criadas, outras tantas desperdiçadas, um golo sofrido, intranquilidade e perda de pontos.
Este foi o fado da Casa de Cultura de Corval na época passada, esta só não foi a sua sina no jogo frente ao Santana porque a vitória acabou por sorrir aos pupilos de Balé.
Com várias alterações no «onze» em relação ao jogo de Cabrela, a Casa de Cultura teve tudo para acabar com o jogo logo nos primeiros 45 minutos. Criou várias oportunidades mas desperdiçou-as todas, incluindo uma grande penalidade. Acabaria por marcar num auto-golo de Rui Duarte, aos 34 minutos que, à ponta-de-lança, fez um grande golo, mas na baliza que menos desejaria. E acabaria por ser este golo a marcar o início do fim da resistência do Santana em São Pedro do Corval.
Técnica, táctica e fisicamente mais forte, a equipa da casa foi sempre senhora do jogo, com um clássico 4x4x2, não permitiu qualquer veleidade ao adversário e em posse de bola semeou o pânico junto do último reduto contrário, onde o guarda-redes Rui Freixa e o lateral esquerdo Márcio se mostraram como os mais competentes a defender. Por sua vez, o Corval com um meio campo muito criativo (Mário Amélio, Balé, Nuno Bernardino e Canilhas) e uma dupla avançada muito rápida e móvel (Zé Belo e Bibiu), destroçou por completo um meio campo adversário que cedo deixou de existir, colando-se muito ao quarteto defensivo, e abriu brechas por todos os lados na defesa do Santana. Contra estes factos, poucos argumentos encontrou António Barbosa e os seus pupilos para contrariar a «task force» corvalense. Valeu a tarde desinspirada dos da casa (mais uma) para que o resultado não fosse já desnivelado ao intervalo. Ainda assim, nota de relevo para o excelente golo de Zé belo, num chapéu muito bonito e bem executado a Rui Freixa.
Mas, no futebol a tradição ainda continua a ser o que era e quem não marca arrisca-se a sofrer. Sem que nunca tivesse colocado em perigo a baliza do estreante André Amador, que foi um mero espectador ao longo dos primeiros 45 minutos, a equipa do Santana chegou ao golo por intermédio de João Ravasqueira, na transformação de uma grande penalidade, e fez regressar ao Parque Desportivo de Corval os fantasmas da época passada. De tal forma que os visitantes chegaram a fazer mais em dez minutos do que em toda a primeira parte, aproveitando a intranquilidade da equipa da casa. Não fosse a determinação e o acreditar de Hélio Santos, entretanto lançado na partida por Balé, a fazer um golo algo caricato, e as coisas poderiam complicar-se bastante nos instantes finais da partida.
A vitória do Corval é justíssima, mas peca por muito escassa, e tivesse enfrentado outro adversário com argumentos mais fortes e a sina poderia mesmo confirmar-se. Contudo, é justo reconhecer que esta equipa constrói sempre várias oportunidades de golo nos jogos que realiza, demonstrando trabalho de casa, confiança e qualidade, embora continue a pecar na finalização.
Agora que não deixa de ser uma pena a equipa não desfrutar desse momento único do festejo do golo mais vezes, quando faz o mais difícil, que é fazer chegar a bola junto das balizas contrárias em condições de ser «empurrada» lá para dentro, lá isso não.
Ainda assim, o mais importante foi conseguido, a vitória e os três pontos.
Quanto ao Santana, para quem procura ficar entre os seis primeiros, tem ainda um longo caminho a percorrer.
O Árbitro Carlos Rodrigues provou que tecnicamente é, de facto, um dos nossos melhores árbitros. Disciplinarmente esteve igualmente muito bem. Os seus auxiliares, com um ou outro lapso, também estiveram em bom plano.
João Mendonça e Canilhas estiveram em bom plano na equipa da casa, mas Mário Amélio foi o elo mais forte. Voltou a realizar um grande jogo. Sempre bem posicionado, mandou e comandou a zona central do meio-campo, intransponível no jogo aéreo, foi o primeiro tampão do quarteto defensivo e quem deu sempre o primeiro «passo» na saída para o ataque. Boa surpresa.
Na equipa do Santana, Márcio e Rui Freixa (pese embora o terceiro golo sofrido por falta de atenção) não tiveram quem os acompanhasse numa boa exibição.

Joaquim Oliveira - RC Alentejo

1.ª Divisão - 3.ª Jornada

Os resultados da 3ª Jornada foram:

S.C. Arcoense 1 - Aldeense 1
L.C.D. Arraiolense 0 - Luso Morense 2
S.B. Outeiro 1 - Lavre 1
Fazendas Cortiço 2 - Rosário 2
São Manços 9 - Vera Cruz 0
Valenças 1 - Alcaçovense 1
S.C. Brotense 1 - Desp. Cabrela 1
C.C. Corval 3 - Santana do Campo 1
Folgou: C.F. Estremoz