quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Deu para o susto

Na última jornada da 1ª volta do campeonato, o Corval tentava a 2ª vitória consecutiva na prova depois de ter batido o Rosário por três bolas a zero. Por seu turno, a Vera Cruz, tentava dar um rumo diferente aos acontecimentos da primeira fase da prova, de resto, a equipa sofreu “chicotada psicológica” com o abandono do técnico Leonel Estevens após a derrota em Estremoz. Como é sabido, nestes casos é normal que a equipa se motive com a chegada de um novo treinador. No Caso da Vera Cruz, nesta partida a equipa foi orientada pelo treinador interino Jacinto Rocha, o próprio que anunciou a chegada de novo técnico para esta semana, sem no entanto avançar o nome do treinador escolhido, facto que registamos como o “tabu” que deverá ter interesse apenas para os adeptos da equipa da Vera Cruz, onde acreditamos que as coisas possam evoluir de forma positiva, o que nos parece não ser difícil, pois esta formação além de ocupar o último lugar da tabela, soma setenta e quatro golos sofridos e apenas doze marcados num total de cinco pontos em dezasseis jogos. Quanto ao jogo propriamente dito, o Corval, à semelhança do que tem feito em partidas anteriores, entrou melhor do que o adversário mas talvez com excesso de confiança de tal forma que deixou no ar a ideia de ter subestimado a formação da Vera Cruz. Na realidade o “assédio do Corval à baliza adversária deu frutos aos doze minutos por intermédio de Balé na cobrança de um livre directo em zona frontal à baliza de Lebre. Parecia tudo bem encaminhado para os visitantes que por esta altura dominavam a partida. Foi sol de pouca dura. Quatro minutos depois de ser aberto o activo, a formação da casa chegou ao empate através de Tiago Rocha. A Vera Cruz estava no seu melhor momento no jogo e tirou partido do excesso de confiança do Corval. Apenas dois minutos depois do golo do empate, mais uma jogada rápida de contra-ataque, Banana passa por David Lameira e isola-se. O defesa forasteiro não teve alternativa senão fazer falta. Viu cartão vermelho. Reduzido a dez unidades, o Corval, voltou a sofrer um golo dois minutos depois da expulsão. Carlinhos terminou com êxito uma boa jogada de insistência da turma da casa. Já não é novidade nesta equipa, que pela 5ª vez esta temporada sofreu golo depois de estar com menos um elemento em campo, seja por poucos minutos ou no caso de expulsões. Nesta fase do jogo esteve mais perto a formação da casa de aumentar a vantagem do que os visitantes de chegar ao empate. Parecia que o efeito da mudança de treinador estava a motivar a Vera Cruz, aliada à “cambalhota” operada no marcador e ao futebol que a equipa nesta fase apresentou, dava que pensar como poderia estar em último. Na verdade o Corval sentiu muitas dificuldades, com menos um elemento e a perder, a equipa demorou a encontrar-se, contudo, beneficiou do empolgamento do seu adversário que no horizonte tinha a segunda vitória do campeonato. A formação da Vera cruz balanceou-se demasiado no ataque e foi traída pelos ataques rápidos do Corval, divididos entre Vitor Bibiu e Zé Belo. Foi através destes dois jogadores que o Corval chegou ao empate no último minuto da 1ª parte, Depois do passe de Bibiu, Zé Belo ultrapasou a defesa da casa e bateu Lebre pela 2ª vez. Ao intervalo o empate aceitava-se bem. A 2ª etapa do jogo começa praticamente com o golo de Zé Belo que bisou no encontro. Quando se jogava o minuto 55 o Corval elevou a contagem naquele que foi o 2º golo de Balé no desafio. A vencer por quatro bolas a duas, os visitantes tinham o jogo controlado mercê da vantagem conseguida em períodos cruciais do encontro, isto é, mesmo ante do intervalo e logo depois de reatada a partida. A Vera cruz que já tinha estado na posição de vencedor, via-se a perder por dois golos de diferença, mesmo assim não baixou os braços e criou algumas oportunidades de golo maioritariamente por Tiago Rocha, que só não ultrapassou André (guarda-redes do Corval), nem no lance da grande penalidade assinalada contra o Corval em que Tiago Rocha, displicente na marcação, permitiu a defesa a André, que respondeu com outra grande defesa no remate da recarga. Pouco depois o golo da tarde apontado por Balé. O treinador jogador do Corval foi sem dúvida o melhor em campo. Apontou 3 golos e fez assistência para outro. Ainda com vinte minutos para jogar, a partida entrou na sua pior fase. O Corval sentiu que tinha a vitória conquistada, a Vera Cruz, percebeu que ainda não era desta vez que iria voltar a ter o sabor da vitória, gosto que já não tem desde a 4ª jornada. Mesmo com dez elementos os visitantes mostraram que são melhor equipa e mereceram levar os 3 pontos.
No final do encontro Balé, em declarações à R. C. Alentejo, considerou o resultado justo e ilustrativo do que se passou em campo, no entanto, reconheceu que o adversário foi complicado.
Jacinto Rocha, técnico interino da Vera cruz, falou pouco e não disse nada. Além do “tabu” sobre o próximo treinador da equipa, afirmou que o árbitro prejudicou a sua equipa, à semelhança do que têm feito todos os juízes durante a 1ª volta do campeonato.
Estas afirmações do técnico da Vera Cruz levam a pensar: ou estamos perante um caso de masoquismo, ou então, um critério de análise aos jogos, que deve ser repensado.
Quanto ao árbitro da partida, Sr. Albertino Murteira pareceu-nos estar bem, contudo, damos o benefício da dúvida ao juiz no quarto golo do Corval, que alegadamente foi obtido em posição irregular.

O Corval alinhou com:
André; Fernando Marques; Canilhas; Nuno Bernardino; João Mendonça; David Lameira; Vitor Bibiu; Zé Belo; António Caeiro; David Rodrigues; Balé.
Jogaram ainda: Sérgio Fialho; Hélio Santos; Rui Santinha.
Suplentes não utilizados: Bruno.

Rui Dener (R.C.Alentejo)