quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

“O Último…minuto”

O primeiro jogo do ano teve um sabor amargo para o Corval. Na realidade, as “coisas” até pareciam bem encaminhadas para os comandados de Balé que, apesar das muitas baixas na equipa até chegou ao intervalo em vantagem. Vamos por partes. Num campo difícil por várias razões, desde logo pelas dimensões reduzidas, depois pelo piso que é muito arenoso, por último, porque o público que acorre ao campo da Amoreira em Lavre é, em grande número e ruidoso no apoio à sua equipa. Tendo em conta os aspectos referidos, somados à motivação do Lavre depois do empate na casa do líder da prova, a tarefa do Corval adivinhava-se muito complicada. De facto, o Corval à imagem do que tem feito na grande maioria dos jogos, tentou assumir o controlo da contenda desde o apito inicial. E conseguiu. O Lavre deixou no ar a ideia de ter sido surpreendido com a forma de jogar dos visitantes. A formação do Corval deu o primeiro aviso ao adversário aos doze minutos; na sequência de um pontapé de canto Vitor Bibiu teve a oportunidade de inaugurar o marcador. O Lavre custava a acertar os movimentos atacantes, mas quando o conseguia fazer, a defensiva do Corval acusava alguma insegurança. Contudo, depois de cumpridos os primeiros quinze minutos, a partida estava equilibrada em tudo menos nas oportunidades desperdiçadas, neste particular, os da casa estavam em vantagem. O Corval numa jogada rápida de contra ataque, adiantou-se no marcador quando Ricardo Vitorino fugiu pelo lado esquerdo do ataque, ganhou a linha de fundo e quando cruzou para a área, caprichosamente a bola traiu o guarda-redes Banha (Lavre), que se lançou para segurar o esférico, este bateu-lhe nos pés e anichou-se no fundo da baliza. O Corval estava com a sorte do jogo, o Lavre criava e desperdiçava oportunidades, o Corval marcava. Depois do golo inaugural aos 23 minutos, a primeira parte do desafio voltou a ser emocionante perto do final. Ao minuto 41, Nuno Bernardino, em crescendo de forma, apontou um golo de belo efeito aproveitando da melhor maneira uma assistência de Zé Belo. O Corval estava em vantagem por dois golos, tinha o jogo controlado e tinha tudo para somar a segunda vitória em terreno alheio. Com o desafio a correr de feição e sem contrariedades, era de estranhar. E foi, mas não por muito tempo. Passados quatro minutos do segundo golo do Corval, Ricardo Vitorino foi expulso por alegada agressão ao adversário. Dois minutos volvidos após os visitantes estarem reduzidos a 10 unidades o Lavre reduz a desvantagem por intermédio de Lambretas, que beneficiou da passividade da defesa visitante no derradeiro minuto da primeira parte. A segunda metade trouxe um “quadro” muito diferente. O Corval estava na dianteira do marcador, mas tinha menos um elemento e para agravar a situação sofrera um golo mesmo ao cair do pano da primeira parte. Motivações inversas estavam do lado do Lavre. A formação da casa sabia que tinha 45 minutos para dar a volta ao marcador e o seu adversário estava enfraquecido. O Corval fez o que tinha a fazer. Defendeu bem, foi unida e determinada nas tentativas de fazer transições rápidas, defesa ataque, aproveitando a velocidade de Zé Belo e Vitor Bibiu, que fez uma exibição de encher o olho ajudando a defender e a atacar. Exemplo de determinação e vontade em prol da equipa. Com o avançar do cronometro aumentava a ansiedade do Lavre por não conseguir chegar à igualdade, por outro lado ganhava confiança o Corval. Como um azar nunca vem só (do ponto de vista dos visitantes), a formação da casa chega à igualdade aos 89 minutos num golpe de cabeça de Bruno. Os de Lavre suspiraram de alívio com o golo do empate que, segundo os mesmos, era mais que merecido pelo caudal ofensivo conseguido e ao mesmo tempo consentido pelo Corval. Em boa verdade, sendo penalizador para o esforço do Corval colocava o resultado condizente com o que se havia passado no terreno de jogo. Ainda faltava jogar o tempo de compensação atribuído pelo árbitro. Seis minutos. Um exagero na nossa opinião. O Lavre voltaria a marcar fixando o resultado final. Quando? No último minuto! Bruno bisou na partida e foi o carrasco do Corval que na nossa opinião não merecia sair derrotado deste encontro, o primeiro entre as duas equipas. Pode dizer-se que a expulsão de Ricardo Vitorino foi o momento decisivo do jogo, mas visto de outra forma, se o Corval tivesse ganho, o que esteve quase a acontecer, a expulsão não teria qualquer importância. Coisas do futebol.
No final do encontro o técnico do Lavre, António José Arranca, confessou ter sido surpreendido pelo Corval e enalteceu a atitude dos seus jogadores.
Balé, treinador do Corval, realçou a coragem dos seus atletas e companheiros, e “atirou-se” ao árbitro do encontro, que segundo Balé, o juiz prejudicou deliberadamente o Corval, no lance da expulsão e por não ter assinalado uma grande penalidade a favor do Corval por falta cometida sobre Zé Belo.
Helder Nunes, árbitro da partida, terá visto a alegada agressão de Ricardo Vitorino que valeu ao atleta do Corval o cartão vermelho directo. Nós não vimos, logo damos o benefício da dúvida ao juiz. Na mencionada grande penalidade também nós ficámos com dúvidas. A jogada é disputada por Zé Belo e por Chiquinho na área do Lavre. O defesa da casa ganha a posição ao adversário, no entanto cai, Zé Belo fica com o esférico à sua mercê, quando vai para a baliza, chiquinho puxa-lhe o pé. A bola fica perdida e Banha vai à linha limite da pequena área para a recolher, no mesmo momento em que Helder Nunes faz o movimento para apitar algo. Seria a grande penalidade ou uma pertença falta de Zé Belo sobre chiquinho aplicando o árbitro a lei da vantagem? Fica a dúvida.

O Corval alinhou com:
André; Fernando Marques(regresso à equipa); Canilhas; Nuno Bernardino; João Mendonça; David Lameira (Rui Santinha); Vitor Bibiu; Zé Belo; António Caeiro; Ricardo Vitorino; Balé.
Suplentes não utilizados:
Bruno; Sérgio Fialho; David Rodrigues.

Rui Dener (R.C.Alentejo)