terça-feira, 3 de maio de 2011

Abril, oportunidades mil!

A partida entre Corval e Aldeense, proporcionou a quem se deslocou ao Parque Desportivo de Corval uma boa tarde de futebol. A tradição manteve-se. Em jogos entre estas duas equipas o resultado final é sempre uma incógnita, pois são partidas disputadas até ao último segundo. Neste jogo onde se esperava um Corval forte, com níveis de confiança elevados, moralizado após duas vitórias consecutivas frente a equipas do topo da tabela, foi o Aldeense a entrar melhor no jogo. Na realidade, o que na teoria nos parecia um Aldeense enfraquecido, pela posição que ocupa na tabela classificativa e pela época de “altos e baixos” que tem tido, não deixou de ser surpreendente a forma como o Aldeense encarou o jogo. Aos dois minutos o “capitão” Rui Rodrigues (central e melhor marcador da equipa), teve a oportunidade de inaugurar o marcador quando apareceu isolado à frente do guarda-redes Bruno. Respondeu o Corval e no minuto seguinte podia ter marcado. A intensidade do jogo estava alta e sentia-se que haveria golos numa ou noutra baliza a qualquer momento. Foi o Corval o primeiro a fazê-lo, quando Vítor Bibiu, aos 4 minutos, já na grande área passou por um adversário e rematou sem hipóteses para Álvaro Fialho (guarda redes do Aldeense). Até aos 15 minutos foi o Corval quem mandou no jogo, altura em que os forasteiros se recompuseram do golo sofrido e equilibraram a contenta que passaram a dominar a partir desse período. Jorge Segurado aos 18 minutos podia ter empatado o jogo quando à boca da baliza fez o mais difícil atirando o esférico por cima da barra, Bruno estava completamente batido.Com a iniciativa de jogo do seu lado, de resto como lhe competia pois estava em desvantagem, o Aldeense acercou-se da baliza do Corval que aproveitava a manobra do adversário para tentar lançar contra - ataques rápidos. Como se diz na gíria do futebol, o Aldeense destapou a cabeça para tapar os pés, no entanto o Corval apesar das jogadas serem bem construídas falhou na finalização. Ricardo Vitorino - avançado do Corval – por duas vezes este à beira de marcar, a primeira escorregou na momento do remate, na segunda, após jogada individual, pareceu-nos ter havido grande penalidade por mão na bola de um homem do Aldeense. Atacavam os visitantes, respondiam os da casa, com oportunidades de golo de um e outro lado. O jogo estava empolgante, David Rodrigues à passagem da meia hora poderia ter aumentado a vantagem, mas a bola saiu rente ao poste da baliza à guarda de Álvaro Fialho. Falhou o Corval, marcou o Aldeense, mesmo ao cair do pano da primeira etapa do jogo. Pontapé de canto na esquerda do ataque, Alves mais rápido do que todos, apareceu ao primeiro poste para desfeitear Bruno. O golo dos visitantes colocava na nossa opinião, justiça no resultado. Aliás, a igualdade sendo justa, podia ser por outros números tal a quantidade de oportunidades junto de uma e outra baliza. Para a segunda metade do jogo, havia vários cenários possíveis quanto à resposta a dar pelo Corval, uma vez que, o Aldeense já se sabia que entraria motivado com o golo obtido mesmo perto do descanso. O Corval também reagiu da melhor maneira, não entrou a tremer e fez o seu jogo. A etapa complementar trouxe um jogo na mesma toada do primeiro tempo, só nos primeiros 9 minutos contabilizámos duas oportunidades para cada lado. Primeiro para o Aldeense por intermédio de Tiago. Respondeu o Corval por Balé com um remate em arco. Ao qual o guardião dos visitantes respondeu com excelente defesa. Logo depois foi a vez da turma forasteira e na resposta o Corval também poderia ter marcado por Bibiu, que cabeceou na resposta a um cruzamento de Balé. Aos 67 minutos, Pedro Cartaxo, que entrou para o lugar de Canilhas, “furou” pelo lado direito, cruzou, Bibiu colocou a bola na barra e David Rodrigues, na recarga aumentou a vantagem do Corval. No minuto seguinte, Pedro Cartaxo, depois da falha de Ricardo Vitorino, que deu para baralhar o “keeper” do Aldeense, rematou com estrondo à barra, quando poderia ter feito o terceiro se tivesse mais calma. Por esta altura o Aldeense parecia estar a passar por dificuldades nomeadamente no capítulo da frescura física, aspecto onde o Corval normalmente é forte e mostra isso mesmo durante as segundas metades dos desafios. Mesmo depois de mexer na equipa, José Cartaxo, técnico do Aldeense, não conseguiu equilibrar a contenda senão perto do final do encontro, já corria o minuto 90 quando esteve à beira de marcar, do lance saiu lesionado o guarda-redes do Corval, que jogou os 4 minutos de compensação (que nos pareceu pouco tempo para as vezes que o jogo esteve interrompido e com as substituições esgotadas pelas duas equipas), no entanto, Bruno foi corajoso e aguentou-se até ao apito final. No entanto foi o Aldeense que acabou melhor o jogo e até podia ter chegado ao empate. Contudo, sobretudo pelo que fez durante a última meia hora de jogo, uma vez que, a primeira parte foi de total equilíbrio, o Corval parece-nos um justo vencedor. Na memória fica um jogo repleto de emoção, com períodos de futebol muito bem jogado, a mostrar que independentemente da classificação das equipas, o futebol regional tem bons interpretes.
Quanto ao árbitro da partida, Sr. Alberto Silva, começou a actuar tardiamente, quando por momentos houve entradas mais ríspidas, consequência, do critério largo que quis dar ao jogo. No entanto, numa altura em que já se reclamava por tudo e por nada, ainda foi a tempo de evitar males maiores, apesar de manter o critério disciplinar muito largo. Aos 23 minutos ficámos com a sensação de uma grande penalidade na área do Aldeense, o auxiliar tinha o jogador de costas, mas o juiz principal estava de frente para o lance. Nos fora de jogo tirados a uma e outra equipa, nomeadamente pelo auxiliar que fica do lado onde estão os adeptos da casa, pareceu-nos algo baralhado e poucas vezes acertou. Enfim, como qualquer outra equipa, quando ganham, ganham todos e quando perdem, perdem todos, com a equipa de arbitragem acontece o mesmo. Não sendo um julgamento, esta é a nossa OPINIÃO, pode ou não ser aceite, contudo não nos parece que os discursos no sentido de: não gostam destes arranjem outros, seja o mais correcto, pois presumo, que ninguém deve andar obrigado nestas coisas do futebol. Há isso sim, é a necessidade de manter critérios, coerência e clareza, mesmo estando o campeonato na ponta final, com quase tudo definido, o que leva por vezes os dirigentes a ignorar algumas situações quando o resultado do jogo lhes sorri, principalmente quando não estão sob pressão para uma subida ou descida de divisão, porque se assim fosse, talvez no final deste Corval vs Aldeense não houvesse tantos motivos para sorrir.

O Corval alinhou da seguinte forma:
Bruno; Fernando Marques; Álvaro; Canilhas (Pedro Cartaxo); Nuno Bernardino; David Lameira; Vítor Bibiu (Hélio Santos); António Caeiro; Ricardo Vitorino (Rui Santinha); David Rodrigues; Balé.
Suplentes não utilizados:
André; Sérgio Fialho; João Mendonça.

Rui Dener ( R.C.Alentejo)