quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

“A saga continua!”

Nada fazia prever uma derrota tão pesada do Corval. É certo que o Fazendas do Cortiço ainda não tinha perdido em casa esta temporada, por outro lado o Corval ainda não tinha vencido fora do seu reduto. Estes são dados estatísticos, apenas isso. Só não foram alterados por dois motivos: ineficácia do Corval e espírito de luta da equipa da casa. Na realidade, o Corval à semelhança do que tem acontecido nas últimas partidas, começou muito bem. Em boa verdade, durante a primeira parte foi mesmo a melhor equipa em campo. Nos primeiros minutos, conseguiu “prender” a formação da casa ao seu reduto defensivo, criando inclusive duas situações para marcar. Esta pressão do Corval esbateu-se logo aos sete minutos, quando na segunda vez que chegou perto da baliza do Corval, Tofi abriu a contagem para o Fazendas do Cortiço, aproveitando uma bola devolvida pela barra da baliza à guarda de Bruno. Reagiu bem a equipa visitante que cinco minutos depois restabelecia a igualdade por Vítor Bibiu, dando o melhor seguimento a mais uma boa jogada individual de Roberto. Motivado pelo golo, o Corval continuou na mesma toada, ou seja, a pressionar muito alto sem dar espaço de manobra ao seu adversário. Ao minuto 23, o autor do golo da formação visitante, Vítor Bibiu, que tinha sido a “vitamina” para os seus colegas, encarregou-se de dar a primeira “machadada” na equipa, quando alegadamente agrediu Rogério, obrigando o árbitro a mostrar a cartolina vermelha. Mesmo reduzida a 10 unidades, a equipa orientada por Balé, não abdicou de tentar jogar bom futebol, em busca de mais um golo que lhe pudesse dar outra tranquilidade. As oportunidades até surgiram, a eficácia é que não. Ao intervalo o empate a uma bola ajustava-se, premiando a vontade do Fazendas do Cortiço, que a jogar contra dez sentiu muitas dificuldades, no entanto sem nunca virar as costas à luta. Contudo, era um resultado que castigava o Corval, que mais uma vez não conseguiu materializar em golos a superioridade que teve ao longo de toda a primeira parte. Para o 2º tempo, a questão era saber se os forasteiros seriam capazes de aguentar fisicamente uns 45 minutos que se adivinhavam difíceis. Mais uma vez os pupilos de Balé, entraram com a “corda” toda, novamente a pressionar muito alto e a criar oportunidades para marcar e desfazer a igualdade. Aconteceu por três vezes, duas por David Rodrigues e outra por Roberto. Nestes lances para sermos justos, há que realçar as excelentes intervenções de Lopes, o guardião do Fazendas do Cortiço, que se exibiu a grande nível, sendo ele também muito responsável pela vitória da sua equipa. Não marcou o Corval, aproveitou a formação da casa que em apenas dois minutos, marcou por duas vezes. Hugo, foi o autor dos dois golos, dando sequência a dois laces de ataque muito bem gizados, não passando despercebido o cansaço físico do Corval que, por essa altura começava a abrir brechas no meio campo. As dificuldades do Corval acentuavam-se à medida que o final do encontro se aproximava, e nem a entrada de Balé amenizou a incapacidade de resposta da sua equipa, que antes de sofrer o 4º golo, ainda esteve perto de marcar em dois lances de bola parada. Também em lace de bola corrida, Zé Belo encontrou a oposição do guarda redes Lopes, em mais uma boa intervenção. Pouco depois, a 8 minutos do fim, Jorge Pinto fixou o resultado final, através de um cruzamento, intencional ou não, que acabou por fazer um chapéu a Bruno, proporcionando um golo de belo efeito.
No final, vitória justa da formação da casa, que soube tirar proveito da expulsão de Bibiu e do desgaste físico do adversário. O Corval saiu castigado com a maior derrota da temporada, a quarta em quatro jogos fora do seu reduto, porque não soube ser inteligente para gerir o jogo quando estava reduzido a 10 unidades, e sobretudo, porque mais uma vez voltou a ser ineficaz, não sendo a boa exibição de Lopes justificação suficiente para tantas oportunidades desperdiçadas. Não basta jogar bom futebol para ganhar os jogos, é preciso marcar, até porque as vitórias morais não existem, ou pelo menos, não deviam existir.
No final do encontro, Balé, em declarações à R.C.Alentejo deixou o aviso para o balneário no sentido de ser preciso mais concentração em momentos decisivos e simultaneamente a lamentar a forma como o Corval sofre tantos golos.
Jorge Pinto, treinador do Fazendas do Cortiço, considerou que a vitória foi difícil, e acrescentou que a expulsão de Vítor Bibiu foi determinante para um resultado tão volumoso que, de certa forma não espelha o que realmente se passou em campo.

Quanto ao árbitro da partida, Sr. Nelson Dias, esteve em bom plano.

O Corval alinhou da seguinte forma:
Bruno; Canilhas (Balé); Nuno Bernardino; Mário Amélio; João Mendonça; David Lameira; Vítor Bibiu; Zé Belo; António Caeiro; Roberto; David Rodrigues (Hélio).

Suplentes não utilizados: André; Sérgio Fialho; Pedro Cartaxo; Rui Santinha.

Rui Dener (R.C.Alentejo)